quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Tributo aos Diferentes - Por Lu Dias

Tu me criaste em tua mente,
compuseste cada pedaço de mim,
como quem monta um quebra-cabeça.

Escolheste os sonhos que deveria sonhar,
e a existência que querias que tivesse,
junto a tua vida ridiculamente besta.

Encaixaste-me em centenas de rótulos,
sem jamais te ateres,
que eu estava bem além de ti.

E pensaste ter manobrado meus pensamentos,
sorvido minhas emoções,
transformando-nos em seres afins.

Enganaste-te pensando que pudesses me fazer curvar,
à mesmice dessa existência,
que escolheste pra ti.

E agora vês que sempre me desloquei à deriva,
feito um ciclone,
que nunca se sabe aonde vai chegar.

Então me viras o rosto com nojo de tudo que represento,
com saudade e raiva,
do que jamais fui ou vivi.

Pouco me importa a tua cara de poucos amigos,
ou as troças que fazes comigo,
pois eu sou:

o rio que corre sem vazão,
o mar que reflete no céu,
a mariposa que voa sem asas,
a miopia da razão.
o ridículo da sensatez,
o mal da bondade,
o ontem da vez,
o mau-caratismo da probidade,
a inocência da sordidez.

Sou todos os pecados do mundo,
a escória da humanidade,
ser desprezível,

sou ZEUS!

Lu Dias







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