terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

OS MEUS LOUCOS QUERIDOS - II

Depois disso, lá para os meus 10 anos, conheci o "Capiau".

Na realidade era um homem de rua, que foi recolhido pelo meu pai e que morava no fundo da padaria que nós possuíamos.

Tinha morada e comida, ao troco de rachar lenha para o forno de nossa padaria.

Eu gostava muito de conversar com ele, quando esTe estava sóbrio. Dizia ter nascido em Palmeira dos Índios, cidade alagoana, no ano de 1914, mês de agosto.

Não se recordava do dia e não sabia com tinha vindo parar em São Vicente, SP.

Só pedia dinheiro para comprar fumo de rolo para seu pito.

Mas volta e meia, sumia. E passavam-se duas, três semanas para que voltássemos a ter notícias dele.

Era muito conhecido em São Vicente. Mal ficávamos sabendo de seu paradeiro, íamos buscá-lo. Sempre estava bêbado de cair. Agressivo.

Mas quando a carraspana passava, era um dos seres mais pacíficos que eu conheci.

Tinha cabelo pixaim mas ao mesmo tempo, olhos eram de um tom azul claro, como o céu, em seus dias calmos.

Que mistura de raça teria? - eu me indagava.

Não gostava de tomar banho quente. Só tomava banho frio.

Dizia que nunca tinha ficado resfriado em toda sua vida. E devia isso, aos banhos frios que tomava, segundo ele.

Era também um grande contador de causos e tinha um carinho especial por todos que davam trela a ele. Principalmente comigo, garoto chegado a jogar conversa fora.

Segundo ele, conheceu pessoalmente Lampião. Como eram contemporâneos, sempre acreditei nele.

2 Falaram e eu escutei:

Anônimo disse...

Estou adorando as histórias, as suas e as da Lu.
Beijos.

Carlos disse...

Helô,

Tudo porque eu disse que adorava trovoadas! rsrs
Te conto depois, em um e-mail.
Beijos,
Carlos